domingo, 22 de novembro de 2009

INSÔNIA IV

A verdadeira angustia
é a conseqüência
da minha decepção
quando tento dormir.
O cansaço encalhado no corpo
se mostra no rosto.
E nessa hora
vem o transtorno que querer saber:
até quando vou agüentar
querer a paz
para dormir em paz?
Já que não tenho paz.
Será que vou ter que morrer?
Se for assim, que seja!
Já não agüento mais.
PERPLEXO

Perplexo
com o tempo que corria ao léu,
sem ter a mínima noção do que fazer
ou onde ir,
já que nem pensar
minha consciência consentia
recorri ao violão.
Entre choros e chorinhos,
lembrei dos tempos de outrora,
do tempo que passo em vão.
SEMENTE DO AMOR

Depois de alguns anos passados
sem nunca ter me apaixonado,
encontrei aquela
por quem me apaixonei.
Que encontrando
a seara do meu coração arado
deixou cair uma semente,
a qual nem notei.
Observei crescer assustado
e notei que algo estava errado,
quando dei por mim,
vi que era amor
e abismado me espantei.
DIÁLOGO

Dor...
deixe-me chorar,
deixe-me chorar,
deixe-me chorar;
até você se saciar!
Depois saia daqui...
Vá embora!
Deixe-me ficar só,
encontre outra moradia para abita.
Procure por terras
distantes
bem longe
onde não possas
de novo me encontrar.
Escolha alguém
que ainda não amou,
não sofreu,
nem chorou
e não conhece
o gosto amargo da dor.
EXPRESSAR

Dizer ...
Falar ...
É muito fácil !
O difícil
é se expressar.
As atitudes e os gestos
do nosso dia a dia
é o que faz contar
e nos mostrar.
Se é isso mesmo que a gente quer
para continuar.
Dizer que me ama
e que me quer
não vai adiantar.
Tem que fazer por onde
pra me conquistar.
ME LEVE

Ah minha vida...
vida minha
que não vive a contento,
e nem contentemente me leva.
Me leve!
Já que não posso
contente te levar...
Me leve descontente.
Por que descontente.
Eu...
Não quero te levar.
Insônia III

Todo tempo,
de lua a sol
em claro
e sem sonhar.
Outono,
inverno,
primavera,
verão,
com a certeza
da incerteza no olhar.
E apenas...
Somente apenas!
A esperança no coração.